Escorre um rasto lento de lua
Que me fitam os olhos
Onde escorre um rasto lento de lua
E que desvenda a alma à transparência
Ergo o olhar
Ao rumo do relento de cada rua
Que se incandesce nua de silêncio infinito
… e suspenso
Despindo o luto que reveste a noite
Embriagando de sombras
Rua a rua e a cada esquina
Pousa uma nostalgia
No corpo desfeito das horas
Que me acolhe
Anuncia-se em ciclos
Num fluir fantasmagórico
O seu halo redundante
Em perfeito equilíbrio
na nudez da noite