27.4.08

(in)útil






O silêncio de pedra e ossos
é agora carne das horas
é tudo aqui
Acode o sono e o retêm
de exaustas e retorcidas memórias

Põe um grito mudo na minha sede
Que a flor de luz dissolve
Numa etérea carícia celeste
Se alonga e circunda triste e intangível

O mesmo silêncio apreensivo
Que se prolonga nas desarmonias
responde no marulhar oco de sombras
e revolve, rompendo
a ardente tonalidade incubada

Numa serenidade estéril
Onde o tempo se entretece
derramando um álgido silêncio penetrante

Entre nós corre o espaço
Que nos limita
o essencial não se guarda nas mãos
jaz inerte
dentro do olhar

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10 Comments:

Blogger www.paulocesar.eu said...

ora aqui estao 2 hipoteses de cenario para umas sessoes de fotos , muito bem

7:48 da tarde  
Blogger irneh said...

Olá

Há muito tempo que não tinha oportunidade de vir ver as tuas fotos e o texto que tão bem sabes interligar nessa linguagem mista que dominas exemplarmente.

Um beijo

2:22 da tarde  
Blogger Plum said...

As fotos estão fantásticas!***

8:21 da tarde  
Blogger beautiful said...

em cada palavra; encontro significado, profundidade, sentimento, contexto, densidade, delicadeza.

gosto muito de te ler!
beijo

5:23 da tarde  
Blogger MARIA MERCEDES said...

Cheiro o espaço putrefacto nas imagens a duas dimensões...

Fecho os olhos e ouço o teu canto, quase um lamento...

Retiro-me silenciosamente para não perturbar o momento!

Schiuuu...(bjs)

11:16 da tarde  
Blogger lupuscanissignatus said...

o tecto

do silêncio

desaba

em ruínas

sobre a

palavra



abraço

12:05 da manhã  
Blogger (Un)Hapiness said...

belas imagens..belas palavras...:)

kiss

12:15 da manhã  
Blogger Pearl said...

só me ocorreu dizer uauuuuuu!
O essencial não se guarda nas mãos... perfeito!
:o)))***

9:53 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

parabéns. fotografia e poesia, são dois tipos de arte que aprecio muito, especialmente a poesia.

5:51 da tarde  
Blogger Maria José said...

O essencial, o vazio, o tudo. Pequenos quês que preenchem os espaços e colorem o tempo. Sempre. Qual tormenta. Qual benção.

10:29 da tarde  

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