Lento prenúncio
Pelas paredes dentro
meço o tempo
O mesmo que atravessa e sobrevoa
as paredes fissuradas
que sustentam cada dia
que eu assisto perecer
sob um sol sobranceiro
os meus olhos invadem os interstícios porosos
que já não escolhem a idade à medida
revivem debotados… ao acaso
aninham-se bordejando secretas passagens
Despojado
Persiste fascinante
Numa contínua e errática certeza
Lento renúncio
Atado ao destino
Suplico-lhe que se sustente
à suave morte em cena
diante dos olhos inclusos
Viverá ininterruptamente das memórias
… suspenso de eternidade
Etiquetas: abandono, memórias, Patologias
35 Comments:
"viverá ininterruptamente das memórias suspenso de eternidade"
fiquei mudo... :-) LINDO!
beijão GRANDE!!
contorna a linha da forma mais lenta que o teu corpo permita
passa para outra que esteja a par e recua a teu gosto
o tempo cresce um pouco mais e quebra-se a desdita
haverá ainda uma terceira linha para encosto
Excelente conjuga�o do tema musical com a imagem...gostei do 'snapshoot'.
Obrigado pela tua pessagem no meu espa�o. voltarei mais vezes.
Abra�o!
os poemas ,minha amiga ,querem.se
libertos
de nós
em absolutos
gritos
conseguidos
.como o teu.
.
.
.
um beijo
às vezes fico cansada de a(felicidade) procurar!
Linda chamada de atenção em forma de poema. Conseguirão os responsáveis entendê-la? Tomam conta da cultura, mas será que são cultos? Raramente...
Beijinhos
Vagueios...
Pronúncia do tempo...
Imagens magníficas. Gostei muito.
A Palavra tem o teu tamanho.
E as imagens acompanham.
Há coisas que mesmo ao abandono, mantêm a sua dignidade, vivendo, como bem dizes, das memórias. Da sua forma única. Das histórias que ainda faz contar.
Belíssimas palavras e fantásticas fotos!
Um beijo viajante!
Adoro a forma como os teus textos se ligam à fotos...
:D
Adorei...
Beijao
As Décadas reunem-se dentro das paredes, sentam-se em tronos suspensos, riem dos dias e das horas em troças vincadas pelo tempo.
As Décadas ignoram o sol, os olhares, revivem na protecção das suas rugas, caminhos despojados onde não mora a certeza.
As Décadas recreiam-se lentas, evocam destinos e ensurdecem às súplicas. E à morte, recusam-lhe o convite de um jantar com o fausto da memória.
Porque as Décadas não possuem memória... nem compreendem a eternidade. Essa, está reservada ao sonho.
Von
Mistura de grande qualidade: fotografias, Rachmaninov e prosa poética, todo de bom-gosto e apurada sensibilidade. Boa semana.
Todos os elementos de qualquer construção têm patologias.
Males de começo, de desleixo e outras que o tempo não perdoa.
São as mais visíveis, nem sempre as mais graves, as fissuras
O homem em nada destoa de uma construção.
Pelo contrário e como tal “sofre” das mesmas “patologias”!
:)
A eternidade é isso mesmo que descreveste de forma única, porque aqui atinge-se a excelência.
Um beijo
Amei olhar as fotos ao som desta melodia!!!*
... suspenso de eternidade
Num mundo só seu
Onde as memórias são o alimento
E o tempo não existe...
Lindíssimo quadro, pincelado de sentimento e magia!
Beijo
Não há felicidade, há "momentos de eternidade"
:O)
Cada vez mais sinto o perfume das tuas palavras e vejo a beleza das tuas imagens e a força dos teus sentidos.
Obrigado pela partilha....Sorriso enorme para ti
É bom saber que me entendes te :D
Lindo.
lindo...
O tempo que desgasta e gera abandonos. Consegues excepcionais textos para belíssimas fotos.
Boa Páscoa!
Não serão as memórias o alimento da eternidade...???
***MUAH***
Brilhante!!!
Eterno!!!
*
Olá!
Venho dar a conhecer e convidar-te para conheceres e tornares como algo frequente a tua visita pelo meu blog “Silêncios da Alma”, um espaço onde partilho os textos que escrevo com sentimento…espero que gostes, serás sempre bem-vindo(a).
ue lugar lindo, que fotos!!
Amei ter voltado aqui hoje!!
Também fiz um outro blog com fotos para poder mostrar um pouquinho mais de mim, caso queira conhecer vai em:
www.falandodefotos.blogspot.com
gostei muito! como sempre....
Olá, passei por aqui só para deixar um grande beijinho e desejar uma FELIZ PASCOA com tudo de bom e não comam muitas amêndoas pode fazer mal aos dentes, rsrsrs.
Passo com apreço para desejar uma Santa Páscoa e boa semana.
Sem muito tempo, é mesmo só para te desejar um feliz DOMINGO DE PÁSCOA, num beijito muito doce
O que resta ainda
é o perfume do abismo
sobre um teclado vazio,
ou um calhau polido
pela violência da ressaca...
Percorrer o pavio do verso até à última sílaba inflamável...belíssimo poema.
Um beijo
sufocante...belíssima carga de letras e pensamento...
sempre belas
as imagens
as palavras
tudo.
beijo*
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