14.3.08

Lento prenúncio







Pelas paredes dentro
meço o tempo
O mesmo que atravessa e sobrevoa
as paredes fissuradas
que sustentam cada dia
que eu assisto perecer


sob um sol sobranceiro
os meus olhos invadem os interstícios porosos
que já não escolhem a idade à medida
revivem debotados… ao acaso
aninham-se bordejando secretas passagens

Despojado
Persiste fascinante
Numa contínua e errática certeza

Lento renúncio
Atado ao destino
Suplico-lhe que se sustente
à suave morte em cena
diante dos olhos inclusos

Viverá ininterruptamente das memórias
… suspenso de eternidade

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35 Comments:

Blogger Heduardo Kiesse said...

"viverá ininterruptamente das memórias suspenso de eternidade"

fiquei mudo... :-) LINDO!

beijão GRANDE!!

11:00 da tarde  
Blogger tufa tau said...

contorna a linha da forma mais lenta que o teu corpo permita
passa para outra que esteja a par e recua a teu gosto
o tempo cresce um pouco mais e quebra-se a desdita
haverá ainda uma terceira linha para encosto

11:24 da tarde  
Blogger Ana said...

Excelente conjuga�o do tema musical com a imagem...gostei do 'snapshoot'.
Obrigado pela tua pessagem no meu espa�o. voltarei mais vezes.
Abra�o!

11:28 da tarde  
Blogger Gabriela Rocha Martins said...

os poemas ,minha amiga ,querem.se
libertos

de nós

em absolutos
gritos

conseguidos


.como o teu.

.
.

.
um beijo

1:05 da manhã  
Blogger edna.marie said...

às vezes fico cansada de a(felicidade) procurar!

9:06 da manhã  
Blogger irneh said...

Linda chamada de atenção em forma de poema. Conseguirão os responsáveis entendê-la? Tomam conta da cultura, mas será que são cultos? Raramente...
Beijinhos

12:58 da manhã  
Blogger Maria José said...

Vagueios...

8:27 da manhã  
Blogger lupuscanissignatus said...

Pronúncia do tempo...

9:59 da tarde  
Blogger Rui Caetano said...

Imagens magníficas. Gostei muito.

11:40 da tarde  
Blogger lampâda mervelha said...

A Palavra tem o teu tamanho.

E as imagens acompanham.

10:09 da manhã  
Blogger Viajante pelos Sentidos said...

Há coisas que mesmo ao abandono, mantêm a sua dignidade, vivendo, como bem dizes, das memórias. Da sua forma única. Das histórias que ainda faz contar.

Belíssimas palavras e fantásticas fotos!

Um beijo viajante!

11:30 da manhã  
Blogger Chris said...

Adoro a forma como os teus textos se ligam à fotos...

:D
Adorei...

Beijao

1:50 da tarde  
Blogger Von said...

As Décadas reunem-se dentro das paredes, sentam-se em tronos suspensos, riem dos dias e das horas em troças vincadas pelo tempo.

As Décadas ignoram o sol, os olhares, revivem na protecção das suas rugas, caminhos despojados onde não mora a certeza.

As Décadas recreiam-se lentas, evocam destinos e ensurdecem às súplicas. E à morte, recusam-lhe o convite de um jantar com o fausto da memória.

Porque as Décadas não possuem memória... nem compreendem a eternidade. Essa, está reservada ao sonho.

Von

3:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mistura de grande qualidade: fotografias, Rachmaninov e prosa poética, todo de bom-gosto e apurada sensibilidade. Boa semana.

4:56 da tarde  
Blogger Melga do Porto said...

Todos os elementos de qualquer construção têm patologias.
Males de começo, de desleixo e outras que o tempo não perdoa.
São as mais visíveis, nem sempre as mais graves, as fissuras
O homem em nada destoa de uma construção.
Pelo contrário e como tal “sofre” das mesmas “patologias”!
:)

7:18 da tarde  
Blogger APC said...

A eternidade é isso mesmo que descreveste de forma única, porque aqui atinge-se a excelência.
Um beijo

7:50 da tarde  
Blogger Plum said...

Amei olhar as fotos ao som desta melodia!!!*

8:06 da tarde  
Blogger impulsos said...

... suspenso de eternidade
Num mundo só seu
Onde as memórias são o alimento
E o tempo não existe...

Lindíssimo quadro, pincelado de sentimento e magia!

Beijo

11:47 da tarde  
Blogger Lyra said...

Não há felicidade, há "momentos de eternidade"
:O)

2:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Cada vez mais sinto o perfume das tuas palavras e vejo a beleza das tuas imagens e a força dos teus sentidos.
Obrigado pela partilha....Sorriso enorme para ti

3:46 da tarde  
Blogger edna.marie said...

É bom saber que me entendes te :D

6:12 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Lindo.

lindo...

12:35 da manhã  
Blogger Maria Laura said...

O tempo que desgasta e gera abandonos. Consegues excepcionais textos para belíssimas fotos.

Boa Páscoa!

11:26 da manhã  
Blogger Ai e Tal... said...

Não serão as memórias o alimento da eternidade...???

***MUAH***

1:37 da tarde  
Blogger Sam said...

Brilhante!!!

Eterno!!!

*

6:43 da manhã  
Blogger Encontros de Almas said...

Olá!
Venho dar a conhecer e convidar-te para conheceres e tornares como algo frequente a tua visita pelo meu blog “Silêncios da Alma”, um espaço onde partilho os textos que escrevo com sentimento…espero que gostes, serás sempre bem-vindo(a).

5:43 da tarde  
Blogger Liz / Falando de tudo! said...

ue lugar lindo, que fotos!!
Amei ter voltado aqui hoje!!
Também fiz um outro blog com fotos para poder mostrar um pouquinho mais de mim, caso queira conhecer vai em:
www.falandodefotos.blogspot.com

9:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

gostei muito! como sempre....

3:31 da tarde  
Blogger lola.f said...

Olá, passei por aqui só para deixar um grande beijinho e desejar uma FELIZ PASCOA com tudo de bom e não comam muitas amêndoas pode fazer mal aos dentes, rsrsrs.

8:26 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Passo com apreço para desejar uma Santa Páscoa e boa semana.

4:01 da tarde  
Blogger ANTONIO SARAMAGO said...

Sem muito tempo, é mesmo só para te desejar um feliz DOMINGO DE PÁSCOA, num beijito muito doce

9:47 da tarde  
Blogger A.S. said...

O que resta ainda
é o perfume do abismo
sobre um teclado vazio,
ou um calhau polido
pela violência da ressaca...

7:31 da tarde  
Blogger mnemosyne said...

Percorrer o pavio do verso até à última sílaba inflamável...belíssimo poema.

Um beijo

5:54 da tarde  
Blogger Embryotic SouL said...

sufocante...belíssima carga de letras e pensamento...

7:35 da tarde  
Blogger Jo said...

sempre belas
as imagens
as palavras


tudo.

beijo*

5:15 da tarde  

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