19.1.09

sob a clemência do tempo




Uma casa, como que
a aguardar a clemência do tempo
Sem remissão à passagem das horas
Ecoava, sob a luz crua

A portada entreaberta para inundar tudo em redor
Cavava o escuro
As contingências por onde o tempo vagueava
Embebem-se um pouco mais da luz oculta
Entre o Mundo táctil e o sonho de medo

A luz que desdatava o dia
Ainda aguentava tacteando
Enquanto as sombras mais pálidas endurecem
Com o peso… e nada mais
Pudesse o olhar penetrar a fluência da luz
Como os olhos que sondam o passado

Por um momento àquela ausência
Onde se encontra a sua voz autêntica
Não merece nem sua perda nem pose
nem o significado que habita onde o sentido cessou

O escuro consolida-se do verde,
enquanto apaga a janela e o frio aumenta
Aqui, neste ar sob este frio fecundo
Perpetuam esboçadas sobre a mesa
as cadências dessa herança vivida
O espaço é agora tudo o que deve ser


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7 Comments:

Blogger Maria said...

Dói tanto ver casas abandonadas, com vestígios de vidas passadas...

Excelentes fotos!
Obrigada.

6:01 da tarde  
Blogger lupuscanissignatus said...

o espaço

habitado



(pela

luz

das

sombras)

5:36 da tarde  
Blogger Fernando K. Montenegro said...

E que casa nos esconde a sombra interior?
A luz. As cores.

Sob a clemência do tempo...Que clemência é esta?
Por vezes deixa-nos vazios, qual casa de garrafas vazias e abandonadas. Por vezes não...

Blog maravilhoso. A estética.
Já aqui vinha há muito tempo. Usava outro nome então. E voltei a encontrar este contorNUS...

1:07 da tarde  
Blogger via said...

gosto tanto destas casas abandonadas, guardam memórias.bonitas as fotografias.

8:21 da manhã  
Blogger Sofá Amarelo said...

Quantas histórias guardadas nas gavetas já gastas do tempo...

11:38 da tarde  
Blogger verdades_e_poesia said...

Muito bonitas, foto e música a condizer. ;) Beijo

12:44 da tarde  
Blogger Jhonny Russel said...

Inexoravel....

5:15 da manhã  

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