31.5.08
24.5.08
12.2.08
des...frutar

Cada fruto que vem…
Adquire corpo e promete
Desejo-o pela forma rotunda
Imagino-lhe o travo
Que não se anuncia
E só por detrás da pele
Procurando se revela
Côncavo sentir
Nos esconsos da alma
No temor deturpado da ansiedade
Escondesse um espólio de lágrimas caladas
Numa angústia particular
Ganha o gesto violento de possuir
Ao alcance da boca bucólica
Saliva o desejo de desfrutar
Descarna a ilusão
E minora a sede da secura do corpo
Dos dias excessivos
De amores desesperados
Às horas da sede e do deslumbramento
Em estado febril da natureza
Pronta a dispor do desejo
Dilacerado
Balbucia uma essência amarga e acre
Onde pousam os lábios
Devagar, muito devagar
Etiquetas: fruto