4.12.07

Ao vento...sobre as águas





À torre feita de ferro
Içada ao vento
Erguem-se lânguidos cabos
estendidos

Outrora apartava os seus braços
Saudando cada viagem
Resta agora mais frequente
Movimento que mareia a cada maré

Na sucessão dos anos
Afloram sinais
Perpetuando o tempo
Quase possível de cronometrar
cravada entre cada espaço








Na estranha anatomia
à flor da água
Sinais de geometria
Águas bifurcadas
Que se enredam e atam
A Cada momento

Águas de correntes lentas
marés de memórias sem palavras
poisa a sombra da ave inquieta
desenhada pelas asas
onde se espalha
a céu aberto
prisioneira no verde turvado





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17 Comments:

Blogger irneh said...

Um post lindo!! Pousei os meus olhos no azul das águas das duas últimas fotos, senti-me a ave só repousando na águas lamacentas. Finalmente, a música transportou-me ao mundo das memórias e fez-me sentir nos tempos em que atravessava essa ponte ao lado do meu príncipe encantado. Obrigada, precisava bem deste momento.

Beijinhos

12:19 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Pensamentos, navegando no tempo, suspensos na torre que sustenta memórias, essas que numa caminhada de sucessivas marés fazem do tempo um tempo sem tempo, correndo sinuosas pelo ferro da torre onde descansa a ave, de asas tolhidas pelos abraços de braços que hoje não sente, e inquieta fica prisoneira do céu que num desafio de azul a convida a libertar-se e voar, ser de novo a torre que içada ao vento era o seu monumento, o seu orgulho, era ela em todo o SEU EU...

12:27 da manhã  
Blogger Jo said...

Essa música é bastante especial para mim... e agora com as tuas belas imagens, a banda sonora passa a ter cinematografia!

beijo*

4:30 da tarde  
Blogger Mercúrio said...

Os contornos que fazes
entre suaves agruras
mesclas de cores
sons
palavras
imagens
e águas...

pega-se á pele

parabéns

12:23 da manhã  
Blogger Pearl said...

Sempre que aqui venho delicio-me com as fantásticas fotos que postas...
Gosto mesmo muito das tuas fotos, e quando as conjugas com as palavras da forma como o fazes crias algo quase divino de tão belo!!!
Este post é um desses!!!
:o)))***

7:17 da manhã  
Blogger lampâda mervelha said...

Contornos nus de uma alma de poeta.

9:16 da manhã  
Blogger impulsos said...

Contornos que se desenham nas palavras e no sentimento que brota da alma de quem os vê tal como os sente.

Gostei dos teus contornos, tanto nas imagens como nos poemas!

Beijo

7:04 da tarde  
Blogger Ina said...

Poesia nas fotos e fotos na poesia. Lindo!
Besos

10:34 da tarde  
Blogger A Túlipa said...

Oxigénio. Origina e corroi.

'

11:13 da tarde  
Blogger Mercúrio said...

Realmente há coisas que valem a pena apoiar...

espreita e vê no que podes ajudar:

O Pai Natal precisa da nossa ajuda...

Os putos agradecem:

www.esteanovouseropainatal.blogspot.com/


Cumprimentos natalícios

1:48 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

triste melancólia aquática onde o azul casa a planície dourada em duas margens unidas contra a morte.
Espectro *

5:34 da tarde  
Blogger lupuscanissignatus said...

Ponte para a eterna idade...

12:22 da manhã  
Blogger Nilson Barcelli said...

Excelente conjugação poema/fotografia.
Ou de como as palavras podem criar pontes entre o espaço e o tempo, servindo-se de uma ponte que caminha nas palavras sobre as águas...
Bfs, beijinhos.

5:57 da tarde  
Blogger RC said...

Água lusa. Tão natural como a alma lusa.

Xi.

7:55 da tarde  
Blogger Filipe said...

Terra Lusa
Esquecida, abandonada, bela
Prisioneira de donos ausentes
Embriagada por feitos passados

10:21 da tarde  
Blogger Cöllybry said...

As belas palavras que desenham em torno de belas imagens...belo espaço______________

_____________Meu rasto, doce é meu beijo

11:50 da tarde  
Blogger 7 said...

Mais uma bela conjugação de palavras com as imagens apresentadas. Realmente o tempo passa e algumas marcas perduram. O abandono em torno da tecnologia é um facto e cada vez mais, morrem de pé os artefactos que outra hora sustentavam movimentos de trabalho e alegria colectiva. Agora, resta-nos um "esqueleto" onde as aves poisam e dançam sobre um silêncio outra hora ruidoso. Abraços.

3:43 da tarde  

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