24.7.07

Quando o dia duvida


no esmaecer do sol… tépidos raios
vertem tonalidades veladas
cedendo abrigo à sombra
que se adianta como o ar
preenchido de voos de pássaros

em certos dias
a luz que espia
evade-se em harmonia
ousa ver-nos
sem como nem quando

as mãos acolhem a sua claridade
os olhos percorrem sem tocar
encontrando entre as fissuras
a rasura do tempo

sombra de ouro despojada
estremece os sentidos
desejo errante
perdido de um corpo

nestes dias evoco
que o cinzel lime arestas
na justa medida
em que tombam as lembranças

o verbo é mudo
os olhos aptos à fala
turvam a triste despedida
que o silêncio atinge

afagadas às palavras advindas
volvem a alma
gravam-se como estilhaços

uma tristeza estéril
que agora se aninha
projecta-se no semblante
sussurrando o regresso
enquanto se desenham os passos

15 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Deixo um beijo de boa noite :)

11:52 da tarde  
Blogger mitro said...

Empresta-me o teu cinzel...

1:49 da tarde  
Blogger lupuscanissignatus said...

Poema talhado a cinzel...

Luminoso, apesar do poente que encerra.

Gostei muito.

"Entre as fissuras
a rasura do tempo"

2:00 da tarde  
Blogger Plum said...

Muito bom!Deixo-te um abraço!***

3:18 da tarde  
Blogger Phoenix said...

sem palavras..verdadeira poesia mm :)
****

12:23 da manhã  
Blogger lampâda mervelha said...

é um silêncio que estremece
esmorece com o tempo
findando com o motivo
de quando se calam sentidos
escondam-se as mãos
sem laços
sem nós


Um espaço notável, o teu. :)

10:22 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

bonito o teu blog.
obrigada pela tua visita :)

5:17 da tarde  
Blogger Silêncio © said...

As fotos são belissimas minha querida.

O poema esse foi talhado pelas mãos abilidosas de uma artista que sabe que forma e contornus lhe dar

Um Beijo em Silêncio

9:48 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Grata pela visita, a qual retribuo.e dizer que gostei muito da poesia aqui palntada...

Doce beiji

11:14 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

deslizaste o cinzel burilando enxofre e fogo pelo mármore que retem tudo: fotografias nascentes e esmaecidas do sol
espectro*

5:47 da tarde  
Blogger Bandida said...

a poesia é sempre dúvida. e o voo também.




beijo C.


B.
__________________________

10:44 da tarde  
Blogger AFSC said...

Mais um belo poema!Parabéns*

2:31 da tarde  
Blogger Divinius said...

Gostei mesmo muito do que li,irei voltar mais vezes...)))

Moro na rua do nada
Aquela que ninguém vê
Mas que todos pisam
Tem vistas para o infinito
E acaba a onde a alma começa...

Abraço que o tempo...te deixa...)

5:02 da tarde  
Blogger Unknown said...

somos de uma editora que se prepara para iniciar actividade em 2008..

Gostamos mt da sua poesia, pois é ousada e diferente..

Se quiser poderá chegar-nos uma compilação sua de poesia, em word, que nos analisaremos.

porque.editora@gmail.com

abraço

6:39 da tarde  
Blogger ap said...

........

"nestes dias evoco
que o cinzel lime arestas
na justa medida
em que tombam as lembranças"

que dizer?

belo! simplesmente
..................

Beijinho e noite serena

11:23 da tarde  

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