Placidamente
No abismo dos dias,
As horas espartilhadas
Ardem nas veias desordenadas
À tona, transfiguradas
Uma luz cava interpela-lhe a pele,
Emerge em cinzas
Estorce a solidão
Albergando a sílaba.
Placidamente
Atou os anos entre o cabelo,
Branqueado pelos infortúnios.
À idade exorbitada
Acudirão compelidas as palavras aos ouvidos.
Presas à alma,
Emergem da sombra displicente.
O olhar secreto que se debruça
Vergando-lhe as lembranças
Que ainda vibram
Em ecos do extinto afecto
Descaem da memória
Apedrejando a quietude
Lembranças que se fazem… ou se desfazem
Resgata agora, aligeiradas.
9 Comments:
Muita histórias para contar!*
Marcas de um tempo que passou ...
Bonitas palavras conjugadas, na vida cada qual com uma história,
A esperança do cada dia a renascer nesta mensagem mui colorida e transparente no querer.....Um sorriso para si
Coincidentes os nossos pensamentos! Tenho-me debatido sobre umas mãos parecidas a estas:), mas depois de albergar cada sílaba sinto que queria ter dito isto e melhor não consigo!Parabéns!
Perco-me na leitura
Perco-me na musica.
Que mais um pobre mortal pode desejar?
Beijo Nocturno
a alma das mãos...
Vai gastando...
Sente-se!
Belas imagens se vêem por aqui! Obrigada pela visita. Também eu voltarei! :)
Sente-te!
A humildade assalta-me o instante.
Mãos anciãs destapam o véu da sabedoria do Tempo. Que passou e ficou nos intervalos da chuva. Gotas de uma água amorfa. Contínua. Descontente.
Contente é agora o presente, na sombras destas mãos por beijar.
Incrível...chorei.
Desculpa-me a simplicidade de um momento em que me revi. Como "entre espelhos" ou reflexos de um amor achado numas mãos assim. As da minha avó. Linda anciã!
Enviar um comentário
<< Home