5.4.07

Retorno



Amo excessivamente
a amorfa saturação,
em que o equilíbrio se fende ao nascer de cada sol
cujo cheiro é de silêncio e esquecimento a cada palmo.


O olhar desfeito no peso da terra vencida,
estilhaços num aparato à revelia do equinócio
onde entrelaçam fios de sombra
e se guardam segredos eternecidos.


Petrefico-me à terra,
que a seu tempo vindará os sulcos inférteis
àvidos da apatia da tímida primavera
interditos ao desejo de penumbra.


Da planície altiva, o vazio abrupto
a magnânime visão
da impaciência do mar contra as rochas
desgastadas na luta cíclica.


Faróis testemunham o naufrágio,
mitigam a promessa de retorno,
trazida num volver de espuma
que não se perde um rio, sem ganhar um oceano.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

versos intrincados, densos, cheios de novelos de céu e mar.
um beijo
Espectro

12:59 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Votos de uma boa Páscoa com muita saúde e alegria.

6:37 da manhã  

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