Retorno
Amo excessivamente
a amorfa saturação,
em que o equilíbrio se fende ao nascer de cada sol
cujo cheiro é de silêncio e esquecimento a cada palmo.
O olhar desfeito no peso da terra vencida,
estilhaços num aparato à revelia do equinócio
onde entrelaçam fios de sombra
e se guardam segredos eternecidos.
Petrefico-me à terra,
que a seu tempo vindará os sulcos inférteis
àvidos da apatia da tímida primavera
interditos ao desejo de penumbra.
Da planície altiva, o vazio abrupto
a magnânime visão
da impaciência do mar contra as rochas
desgastadas na luta cíclica.
Faróis testemunham o naufrágio,
mitigam a promessa de retorno,
trazida num volver de espuma
que não se perde um rio, sem ganhar um oceano.
2 Comments:
versos intrincados, densos, cheios de novelos de céu e mar.
um beijo
Espectro
Votos de uma boa Páscoa com muita saúde e alegria.
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