11.4.07

Guarda-me na memória



Viandantes, os dedos,
seguem a trajectória que o vazio desconhecia.
Num tentilhar abrirás o livro estancando,
sem nenhuma garantia,
de aconchegar a tarde que desce com suavidade

As palavras mais frágeis carregam o pó.
Planando contidas entre paredes,
assombram a quietude,
espreitando de soslaio
num entorpecer dos sentidos

Mas no papel não existem palavras que te afaguem,
as memórias que se erguem num instante fotográfico.
Mendigas num debruçar ténue,
como vapores líquidos trepam incontidas,
nos sons murmurantes que devoram o tempo escasso.

Como quem oferece a si próprio,
casulos que despertam suplícios de loucura.
Depois, na invasão do cansaço descora a razão decrépita,
num eco desejado, não cabendo na dimensão,
de quem sente o peso do corpo deambular.

3 Comments:

Blogger Zé Miguel Gomes said...

Muito bonito... Mesmo muito bonito!

Fica bem,
Miguel

10:11 da manhã  
Blogger Plum said...

Passei para te ler e deixar um abraço!!!*

6:12 da tarde  
Blogger AC said...

Boa photo

4:09 da tarde  

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